Barolo, o vinho dos reis


O vinho Barolo é a melhor expressão da uva Nebbiolo, produzido no sopé dos Alpes, na região italiana do Piemonte.

Este é, sem dúvida, um dos mais interessantes e famosos vinhos tintos do mundo, e é um típico exemplo de vinho que fica cada vez melhor com a idade!

Segundo as rígidas regras desta denominação de origem controlada e garantida (DOCG), somente podem ser chamados de Barolo os vinhos produzidos no próprio vilarejo de Barolo, e em seus arredores. Barolo e Castiglione Falletto são considerados, juntos, o coração deste vinho.

O vilarejo de Barolo, aliás, é uma atração à parte. Ao contrário de outros lugares que, de repente tornaram-se famosos por seus vinhos, os menos de 700 habitantes desta pequena comunidade rural levam a vida num ritmo absolutamente tranquilo, mesmo com a economonia local aquecida pelo turismo crescente.

O vinho produzido pelos vitivinicultores da zona de Barolo pode ser “duro” quando jovem; então, ele precisa ser envelhecido, a fim de tornar-se “maduro”. Um Barolo deve ter pelo menos 38 meses de envelhecimento, 18 deles em carvalho, antes de deixar a vinícola. No caso de um Barolo Riserva, são necessários, no mínimo, 62 meses de envelhecimento total, 18 desses meses em carvalho. E mesmo assim, esse é um vinho de guarda, que alcançará seu auge 10 ou até mesmo 20 anos após a colheita.

O Barolo geralmente é descrito como um vinho tinto robusto, encorpado, rico em acidez e persistente. Devido a sua textura e ao seu alto teor de taninos, é um vinho “mastigável”. Alguns produtores, de olho no mercado global que busca vinhos mais fáceis de beber, estão produzindo Barolos menos tânicos e mais frutados.

O aroma do vinho Barolo remete a morangos maduros, rosas, violetas, alcatrão e trufas. Mas a complexidade deste vinho também pode lembrar ameixas, alcaçuz, cânfora, tabaco e ervas. A cor deste vinho varia de vermelho rubi, quando jovem, para vermelho com tons de tijolo, com a idade.

Vinhos como o Barolo devem ser emparelhados com refeições ricas em proteínas e em gordura: pratos de carne vermelha, molhos à bolonhesa, risotos cremosos e queijos como parmesão ou gorgonzola. Os taninos do vinho tendem a ligar-se às proteínas, tornando-se mais suaves. Se você harmonizar Barolo com pratos leves, os taninos vão ficar mais acentuados, assim como o efeito de boca seca.

Para desfrutar o melhor que um Barolo tem a oferecer, sirva esse vinho na temperatura entre 15° e 17°C.

Diz a história que o Barolo divide, com o húngaro Tokaji, a fama de ser “o rei dos vinhos, e o vinho dos reis”. No caso do Tokaji, quem disse isso foi Luís XIV. No caso do Barolo, foi Voltaire. Quem tem razão? Só Baco sabe. Para nós, meros enófilos mortais, resta apreciar essas maravilhas do mundo do vinho!

 

 

 

 

Fonte: www.tintosetantos.com