História do Brownie


O Brownie é um bolo muito querido pelos brasileiros. Ele está presente em vários lugares do mundo, sendo uma das três sobremesas mais consumidas nos EUA. Vamos conhecer algumas histórias, características e diversidades dessa sobremesa deliciosa.

Ela pode ser servida em qualquer horário do dia: no café da manha, sobremesa, lanche da tarde… E até mesmo a noite, depois do jantar, para adoçar o paladar.

 

Origem

Já ouvi diversas histórias sobre o surgimento dessa relíquia gastronômica. Ainda não se sabe ao certo a origem exata do brownie. Muitas lendas são difundidas sobre a primeira aparição do bolinho que lembra muito a massa de cookies de chocolate.

O famoso livro “Larousse Gastronomique” apresenta o primeiro registro da receita de brownie em “New England” em 1896, no nordeste dos Estados Unidos. A receita foi publicada no livro de culinária “The Boston Cooking – School CookBook”, escrito por Fannie Merritt Farmer.

Embora alguns historiadores de culinária confirmem que o primeiro registro é de 1906, na nova edição do mesmo livro de cozinha, em uma versão que traz mais chocolate.

Dizem também, que surgiu na cozinha do hotel Hilton Palmer House, em Chicago. Conta a história que a mulher do dono do hotel, Bertha Palmer, pediu ao chef para criar uma sobremesa diferente para a exposição mundial Columbian Exposition World’s Fair, virando sucesso. A mesma receita é usada nos hotéis da rede até hoje.

Uma das lendas mais famosas diz que uma dona de casa estava fazendo um bolo de chocolate e não acrescentou à receita o fermento em pó. Ela assou o bolo e percebeu que ele não havia crescido, servindo-o como um bolo solado mesmo, todos gostaram.

Mas a história que eu mais gosto é sobre um confeiteiro que estava tão apaixonado, pensando em sua amada, que acabou esquecendo-se de colocar o fermento no bolo de chocolate, o que deixou a massa mais escura e baixinha.

Ele não queria que soubessem sobre o erro e então cortou a massa em quadrados pequenos e serviu, dizendo que havia preparado alguns “brownies”.

Com muito amor, surgiu o brownie!

 

Características

A característica principal do bolo de chocolate americano é a sua cor escura. Por isso o nome, relacionado à cor marrom em inglês. A massa é mais pesada, úmida e perfumada, com muito chocolate.

Seu aspecto de bolo que não cresceu traz uma resistência à mordida, ao mesmo tempo em que apresenta uma crocância por fora, traz a maciez por dentro. Sendo mais ou menos uma junção de bolo e cookies.

Farinha, manteiga, chocolate, açúcar, ovos e nozes são os ingredientes tradicionais da receita de brownie. Existem muitas variações pelo mundo, em sua maioria alterando a quantidade de chocolate e tipos de castanhas. Muitos chefes utilizam complementos diferentes, como calda de damasco, maracujá e framboesa. Você pode servir junto com outras sobremesas geladas ou coberturas, como sorvete de creme e calda quente de chocolate.

Surgindo propositalmente ou não, o brownie virou queridinho do público e hoje é uma das sobremesas mais consumidas no mundo.

 

Fonte: https://www.hojevaiterbolo.com/

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Cestas e menu especial de Dia dos Namorados para delivery no Grupo Pantucci


Menu completo inclui entrada, prato principal e sobremesa; cestas contam com produtos de fabricação própria da panificadora do grupo

Este ano, o Dia dos Namorados promete ser uma experiência diferente. Diante do distanciamento social solicitado pelas autoridades de saúde, muitos casais irão optar por comemorações em casa, com segurança. Pensando nisso, o Grupo Pantucci criou opções de cestas e até menu completo para o jantar do dia dos namorados.

Uma das opções é a Caixinha de Frios da Pantucci, que inclui Presunto Parma, salame italiano, queijo ementhal, queijo brie, queijo gorgonzola, geleia de damasco, nozes, croissant, pão de fermentação natural, morango, uva e damasco, por R$ 79,99. Se desejar que um belo vinho português Alecrim acompanhe o presente, a cesta com o vinho é R$114,90.

A outra opção é a charmosa Caixa de Madeira da Pantucci, que contém uma linda peça em porcelana em formato de coração com brigadeiro belga, morangos, brownie, pavlova, burrata, presunto Parma, rúcula baby, molho pesto, azeite extra Virgem aromatizado com alecrim, pão ciabatta, palitos de queijo, petit four de nozes com doce de leite, e, para brindar a data mais romântica do ano, acompanha um vinho português Alecrim, por R$189,00. Ambas as cestas precisam ser encomendadas com antecedência e há opção de entrega dos produtos, mediante taxa.

 

Jantar Especial Dia dos Namorados da Pantucci

Mas, para quem, além de presentear, não abre mão do jantar romântico nesta data, a Pantucci Trattoria estará com um menu completo, com entrada, prato principal e sobremesa, por R$99,90 por pessoa. O menu será válido para o jantar nos dias 12 e 13 de junho (sexta e sábado), tanto para consumo na trattoria quanto para delivery. No salão, todos os cuidados recomentados pelas autoridades de saúde estão sendo tomados e, para segurança e garantia, é recomendado efetuar reservas, pois as mesas disponíveis serão reduzidas, para manter o distanciamento necessário.

No menu, as opções de entrada são: salmão marinado com queijo cottage, maçã verde e confit de tomate cereja ou queijo brie folhado envolto em massa folhada e geleia de damasco. Para o prato principal, as opções serão o tradicional Parmegiana de mignon servido com fetuccine, purê de mandioquinha ou polenta cremosa; o famoso e exclusivo Filé Wellington (Corte alto de mignon com cogumelos envolto em massa folhada), servido com fetuccine e molho funghi ou gnocchi salteado e molho de vinho tinto; Lasanha de pato com cogumelos frescos e molho funghi;  Pernil de cordeiro assado servido com gnocchi salteado; ou ainda o Linguini com camarões e tomates frescos. Fechando a noite, as opções de sobremesas serão o Cheesecake de doce de leite com calda de caramelo ou o Trio de chocolate (Torta mouse de chocolate branco, ao leite e meio amargo).

Para encomendar as cestas, o prazo é até dia 11 de junho, quarta-feira, pelo telefone (41) 3205-3883. As cestas podem ser entregues, mediante taxa de entrega (consulte bairros contemplados), ou ainda retirar no local, na Pantucci Trattoria. O menu do jantar do dia dos namorados estará disponível nos apps de entrega, retirada no local, entrega própria dos pedidos feitos diretamente pelo Goomer da Pantucci Trattoria (https://www.goomer.app/pantucci-trattoria) e também consumo no salão mediante disponibilidade de mesas e reservas. Na sexta (12), apenas o menu dia dos namorados será válido, e, no sábado (13), o menu à la carte da casa também estará disponível, além do menu dia dos namorados.

Serviço:

Dia dos Namorados do Grupo Pantucci

Cestas: encomendas até dia 11 de junho no telefone (41) 3205-3883, entrega mediante taxa (consulte) ou retirada no local, na Pantucci Trattoria

Menu Dia dos Namorados: disponíveis exclusivamente no dia 12 e também no dia 13, via apps de entrega, Goomer Pantucci Trattoria (https://www.goomer.app/pantucci-trattoria), ou ainda no salão, mediante disponibilidade de mesas e reservas prévias (seguindo todos os protocolos de segurança). Reservas pelo telefone (41) 3205-3883

www.pantuccitrattoria.com.br

Facebook e Instagram: @PantucciTrattoria

Fotos: Divulgação.

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Fermento natural para pão: o que é, por que é importante, como fazer e mais!


Não é preciso estar super antenado no universo da gastronomia para saber que a tendência, no Brasil e no mundo, vem sendo a de resgatar cada vez mais os processos culinários em suas origens.

Das hamburguerias artesanais aos restaurantes de comida étnica, passando por todo o movimento do slow food até chegar à valorização dos produtos orgânicos e de cultivo local, mais e mais gente tem buscado fazer de suas refeições um momento de prazer, relaxamento e saúde.

E é claro que isso não condiz em nada com os alimentos industrializados e hiperprocessados, nem com o fast food. Tanto é que até mesmo redes como o McDonalds vêm lançando produtos “gourmet” que simulam a culinária artesanal, acredita?

Nesse contexto, as padarias e panificadoras não ficam de fora, retornando aos processos mais antigos de fabricação de pães para, na contra-corrente da produção em massa, oferecer a seus clientes experiências únicas, com ingredientes selecionados a dedo e a volta da massa azeda (a famosa sourdough, fermentação au levain ou — adivinhe! — massa madre) para as cozinhas.

Pensando nisso, no post de hoje trouxemos um guia completíssimo sobre o fermento natural para pão, partindo de sua história, passando pelas diferentes técnicas, listando as características de cada fermento para que você entenda a diferença e, finalmente, chegando aos benefícios do pão feito por esse processo.

Acompanhe-nos, saiba tudo sobre essa novidade (que, como você vai ver, na verdade é bem antiga) e leve-a para a sua massa!

 

1. Da fermentação natural ao fermento instantâneo: uma breve história do pão

Não é nenhum exagero dizer que a história do pão é quase tão antiga quanto a da nossa civilização. Afinal, foi nos primórdios da agricultura, com o início do cultivo de grãos e cereais como o trigo, que os homens primitivos deixaram a vida nômade para começar a se organizar em torno de sociedades mais complexas.

Sendo assim, para entender de onde surgiu a fermentação natural, nada melhor que fazer um breve passeio pela história do pão. Vamos lá?

 

1.1. Os pães “chatos”

Quem acha que nossos ancestrais não comiam pão antes da descoberta da levedura se engana: muito antes das primeiras fornadas feitas com fermento, já se comiam pães achatados, feitos com trigo, milho e outros grãos.

Até hoje, pães como a pita árabe ou as tortilhas mexicanas, por exemplo, usam o mesmo processo. Só que naquela época eles eram “assados” em pedras quentes, num tipo de frigideira primitiva, sobre uma fogueira.

 

1.2. O processamento dos grãos

O uso de grãos como trigo, cevada, aveia e milho na alimentação é bem anterior ao surgimento dos pães, por isso as técnicas de moagem — primeiramente a mão, usando pedras — já eram conhecidas há muito tempo quando os primeiros pãezinhos do mundo saíram do forno.

Mas a coisa começou a ficar mais refinada mesmo foi na Mesopotâmia, em torno de 800 a.C., quando foram inventados os moinhos de tração animal. A partir de então, o processamento da farinha passou a ser um sinal de status, e o pão feito com farinha “branca” não era para o bico de qualquer um, não: só os mais abastados podiam se dar ao luxo de refinar tanto o trigo.

 

1.3. Primeiras experiências com a fermentação natural

Embora não se saiba ao certo como e quando exatamente o primeiro pão levedado surgiu, não é muito difícil imaginar o que aconteceu, pois desde a pré-história, os homens preparavam um tipo de mingau com aveia e água para comer.

Assim, se alguém tiver esquecido o mingau parado por algum dia ou mesmo algumas horas, é provável que ele tenha começado a fermentar naturalmente. Daí para cozinhar a massa resultante, como já se fazia com os pães chatos, é um passo bem simples, não é?

Logo, logo, nossos antepassados descobriram que não precisavam ficar esperando que o pão crescesse sozinho: era só usar um restinho da massa anterior — que, apesar de eles não saberem disso, claro, continha os micro-organismos responsáveis pelo processo — como gatilho para iniciar a fermentação da próxima fornada.

Por volta do ano 300 a.C., as leveduras para pão já eram comercializadas pelos padeiros mais experientes no Antigo Egito, e com a expansão do Império Romano para lá e para o resto da Europa, não demorou para que a técnica dominasse o Velho Continente.

 

1.4. O pão na Idade Média

Nessa época, as técnicas de fermentação natural e panificação já eram bem difundidas, mas além de ser um componente básico da alimentação das pessoas na era medieval, o pão ainda fazia parte da “louça”, por assim dizer, usada pelas pessoas para comer, sabia?

Uma fatia de pão velho era usada como prato para absorver a bagunça que o pessoal fazia à mesa — imagine-os mordendo aquela coxa de frango suculenta, por exemplo — e podia ser comida ao final ou dada para os cachorros. Aquela ideia de raspar o resto de caldo ou o molho da comida com um pedaço de pão também não é nada moderna!

 

1.5. Fermentação na era industrial

Durante todo esse tempo, desde o Antigo Egito, o pão consumido no ocidente era preparado usando a fermentação natural, que como veremos no próximo capítulo, pode acontecer seguindo técnicas diversas.

Foi só com o advento da industrialização que o processo começou a mudar: os primeiros fermentos biológicos frescos apareceram, e a fabricação do pão começou a ficar cada vez mais veloz.

Em 1868, os irmãos Fleischmann vieram da Áustria para os Estados Unidos e abriram a primeira fábrica de fermentos do mundo. Na época da Segunda Guerra, criaram o fermento seco, que podia ser transportado para o front para que os soldados americanos fizessem pão com aquele “gostinho de casa”.

Já em 1961, a Grã-Bretanha criou um método de produção conhecido como CBP (Chorleywood bread process) que, combinando o uso de batedeiras de alta potência e ácido ascórbico, permitiu acelerar enormemente a produção em larga escala de pão industrializado.

Desde então, com todas essas inovações e o boom dos alimentos industrializados, os pães produzidos mais rapidamente, com fermentos secos e instantâneos, além do uso de outras inovações mecânicas, tomaram o lugar do pão feito com a levedura espontânea.

Por isso, esse processo só foi resgatado nos dias de hoje, pelas panificadoras artesanais, em resposta a uma demanda do consumidor por produtos fabricados segundo a tradição, quer dizer, com mais lentidão e cuidado individual por parte do padeiro.

 

Fonte: https://massamadreblog.com.br/

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A diversidade de abóboras no Brasil e sua relação histórica com a cultura


O Brasil, originalmente, era habitado por diversas nações indígenas. Navegadores portugueses chegaram às terras brasileiras no ano de 1500, quando este território passou a se constituir em uma das colônias de Portugal. Os portugueses trouxeram escravos da África, já no século XVI. No século XIX, o país tornou-se independente de Portugal e, pouco depois, aboliu a escravatura. Ainda nesse século, chegou ao país um grande número de imigrantes, especialmente alemães e italianos. Mais tarde, vieram também imigrantes de outras partes do mundo, com destaque para japoneses, chineses, poloneses e russos. Cada etnia trouxe consigo sua cultura, valores, culinária e, muitas vezes, sementes de variedades de cereais, hortaliças, frutas, forrageiras, condimentos e plantas medicinais. Acompanhando as sementes, vinha também o conhecimento necessário para o plantio, cultivo, colheita, armazenamento e uso dos produtos. A confluência de diferentes etnias resultou na diversidade do povo brasileiro, de sua religiosidade e, também, em uma culinária diferenciada, marcada, em cada região do país, por uma forte correlação com a história de ocupação local e com a origem de seus habitantes.

Desse modo, ainda hoje, são cultivadas no Brasil muitas variedades crioulas, de um grande número de espécies – sejam espécies nativas, como a mandioca (Manihot esculenta), ou espécies não nativas, como é o caso da cebola (Onion cepa), que veio com os portugueses. São denominadas de variedades crioulas aquelas variedades que foram desenvolvidas pelos próprios agricultores, resultantes da seleção de plantas por eles realizada ao longo do tempo, cujas sementes são passadas de geração a geração e também trocadas entre vizinhos e parentes. Um caso que merece destaque é o das variedades crioulas de abóboras, por sua diversidade e pelo manejo realizado pelos agricultores.

 

As abóboras pertencem ao gênero Cucurbita (família Cucurbitaceae), que compreende várias espécies silvestres e domesticadas nativas das Américas. Cinco espécies de Cucurbita foram domesticadas há milhares de anos e compreendem as hortaliças conhecidas como abóboras, morangas, gilas, mogangos e abóboras ornamentais: Cucurbita maxima, Cucurbita moschata, Cucurbita ficifolia, Cucurbita argyrosperma Cucurbita pepo.

Quando os primeiros navegadores portugueses desembarcaram em terras brasileiras, há cinco séculos, os indígenas cultivavam suas próprias variedades de abóboras. Naquela época, elas eram o terceiro produto agrícola em ordem de importância para os indígenas, sendo suplantadas apenas pela mandioca e pelo milho. As abóboras cultivadas pelos índios brasileiros foram levadas para a Europa pelos portugueses, enquanto que os espanhóis, que colonizaram outros países das Américas, levaram para lá as variedades de abóboras cultivadas pelos astecas, maias e incas. As abóboras fizeram sucesso e circularam rapidamente entre os diferentes países do Velho Mundo, chegando à Alemanha e à Itália ainda no século XVI. Quando os imigrantes alemães e italianos vieram ao Brasil, no século XIX, trouxeram consigo sementes de suas próprias seleções de abóboras, para seguir cultivando no Brasil aquelas que já haviam sido incorporadas à sua cultura havia três séculos.

Assim, atualmente, existe no Brasil o seguinte cenário: alguns agricultores ainda mantém suas variedades crioulas de abóboras, realizando seleção recorrente para os tipos de frutos que mais lhe agradam, de acordo com suas preferências pessoais, ditadas por sua cultura. Um pequeno número desses agricultores tem papel de destaque nessa dinâmica de conservação in situ / on farm, atuando como guardiões dessas sementes, que são passadas de geração a geração e são objeto de trocas entre parentes e vizinhos. O maior número de variedades crioulas em cultivo no país é das espécies Cucurbita maxima e Cucurbita moschata. A primeira apresenta grande variabilidade genética para características morfológicas externas do fruto, como tamanho, formato, cor e textura da casca, o que resulta em uma diversidade de nomes atribuídos para cada tipo, como abobrinha, abóbora, abóbora-crioula, abóbora-cogumelo, abóbora-coração-de-boi, abóbora-gaúcha, moranga e moranga-de-bunda, entre outros. Já os frutos de Cucurbita moschata, conhecidos popularmente como abóbora-de-pescoço, moranga ou abóbora-menina, representam uma importante reserva de alimento para animais domésticos (principalmente suínos e bovinos), além de serem bastante utilizados no preparo de doces – em calda e em pasta – e também de pratos salgados (quibebe, sopas e cozidos).

A maior diversidade de Cucurbita em cultivo no país é mantida pelos agricultores da Região Sul, onde podem ser encontradas as cinco espécies domesticadas de Cucurbita, como resultado do processo histórico de colonização. Nesse contexto, agricultores descendentes de portugueses mantêm variedades crioulas de Cucurbita pepo, cujos frutos de casca bastante dura e polpa fibrosa, denominados mogangos, são apreciados no preparo de “mogango caramelado” e também em pratos salgados. Em número bem menor, alguns descendentes de portugueses no Sul do país também mantêm variedades crioulas de gila (Cucurbita ficifolia), com frutos de casca extremamente dura e com polpa branca e muito fibrosa, utilizados no preparo de um doce típico português, denominado “doce de gila”, cuja textura é semelhante ao doce de fios-de-ovos, mas com coloração branca e sabor característico.

Os afrodescendentes, particularmente em comunidades negras rurais, têm suas próprias variedades crioulas, com destaque para os mogangos (Cucurbita pepo). Eles também mantêm variedades crioulas de Cucurbita maxima e de Cucurbita moschata. Os descendentes de imigrantes alemães, além de Cucurbita maxima e de Cucurbita moschata, mantêm variedades ornamentais de Cucurbita pepo, algumas com frutos comestíveis e outras não adequadas para o consumo, devido ao amargor da polpa. Com cores intensas e bastante variadas, além de formas bastante diversas (periformes, ovais, discóides, redondos, estrelados), os frutos são usados na decoração de residências. De formato periforme, os chamados poronguinhos ornamentais não são comestíveis, apresentam grande variabilidade e podem ser utilizados em decoração, com grande durabilidade pós-colheita. Quando apresentam formato estrelado, recebem os nomes de abóbora-estrela, abóbora-teta-de-égua ou abóbora-dez-mandamentos, sendo utilizadas no preparo de doces, com ou sem adição de coco ralado. Por sua vez, os descendentes de imigrantes italianos no Sul do país dão preferência a variedades crioulas de Cucurbita maxima com frutos achatados de polpa bastante consistente e coloração alaranjada, os quais são usados para o preparo do recheio de tortei, prato típico da culinária italiana; e de Cucurbita moschata, com frutos grandes de pescoço, para fazer doces em cubos e em pasta.

 

Essas variedades crioulas de abóboras são parte de manifestações culturais: desde o nome a elas atribuído até seu preparo, como componentes de diferentes pratos tradicionais, ou por meio de outros usos, como ornamental, por exemplo.

Durante muito tempo, a perpetuação dessas variedades coube unicamente ao esforço de agricultores familiares em propagar e cultivar suas sementes, cuja origem está intrinsecamente ligada com a história das famílias. Porém, as variedades crioulas de abóboras cultivadas no Brasil vêm sofrendo perdas significativas nas últimas três décadas, devido à substituição por variedades híbridas e também pelo abandono do cultivo, causado muitas vezes pelo êxodo rural – particularmente o juvenil – e pela expansão urbana. Essas variedades crioulas constituem um importante patrimônio genético e cultural da agricultura familiar – e do Brasil –, que não pode ser perdido, merecendo maior valorização no cenário nacional.

 

Fonte: https://www.slowfoodbrasil.com/

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